Ilaria dos Bisanti Reis
Orientador(a): Maria Rita Salzano Moraes
Mestrado em Linguística Aplicada - 2013
Nro. chamada: T/UNICAMP - B54i
Resumo: Ao começar um curso de língua estrangeira, cada aluno leva para a sala de aula um universo pessoal, composto por visões de mundo, valores, marcas culturais e um conjunto de representações quanto à língua e cultura–alvo. Tomando como pressuposto que esse universo influencia o processo de ensino e de aprendizagem da língua estrangeira, esta pesquisa, de natureza qualitativa e de base etnográfica (André, 2003), teve como objetivos: (1) levantar, identificar e inferir as crenças que alunos brasileiros possuem em relação ao ensino/aprendizagem do italiano como língua estrangeira (LE) e também em relação ao povo italiano, à Itália, à língua-cultura italiana; (2) analisar as possíveis implicações dessas crenças para o processo de ensino/aprendizagem de italiano LE. Para alcançar tais objetivos, buscamos respaldo teórico nos estudos da área de ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras que tiveram como foco de investigação a questão das crenças (Barcelos, 2004; Vieira-Abrahão e Barcelos, 2006; e outros), a visão de linguagem como discurso (Bakhtin, 2003, 2004) e os pressupostos da interculturalidade no ensino de línguas estrangeiras (Balboni, 2007). Os dados foram coletados em uma escola de idiomas do interior paulista, por meio de observação de aulas, questionários mistos aplicados aos alunos e entrevistas semi-estruturadas realizadas com as professoras. A reflexão acerca do impacto que as crenças podem ter no processo de ensino/aprendizagem da língua, pode fornecer a professores da área específica do ensino do italiano LE, informações importantes para a elaboração de práticas de ensino mais reflexivas, críticas e menos carregadas de preconceitos e estereótipos, levando assim os aprendizes à (re)construção de novas percepções da própria e da outra cultura.
Palavras-chave: Língua estrangeira - Estudo e ensino. Lingua italiana. Alunos e professores.