WALKER DOUGLAS PINCERATI
Orientador(a): Claudia Thereza Guimaraes Lemos
Mestrado em Linguística - 2009
Nro. chamada: T/UNICAMP - P651E
Resumo: Este estudo, partindo da tese psicanalítica de que existe uma diferença estrutural entre a linguagem na neurose e na psicose, tem por objetivo analisar e discutir o estatuto das palavras que têm efeito neológico no dizer psicótico. Lançando mão dos dados de LC, que tem o diagnóstico psiquiátrico de esquizofrenia, procurou-se: (i) levantar, descrever e analisar as palavras de efeito neológico nesse dizer situando-as como ápices ou condensações das “ideias delirantes” e significantes em trânsito no delírio; (ii) realizar uma comparação dessas palavras com as formas possíveis na língua, depreendendo, com isso, a especificidade do efeito neológico em relação ao que a Lexicologia entende como um neologismo; e (iii) discutir a função dessas palavras na produção da opacidade do dizer psicótico e na arquitetura do delírio. A partir da leitura lacaniana de Freud, tomou-se o delírio como um processo de significantização que visa atenuar a angústia e reatar as relações do delirante, enquanto habitante da linguagem, com a realidade. Com a análise, chega-se a conclusão de que a palavra que tem efeito neológico tem como função encapsular num significante ideias e significantes em jogo no delírio. Ela situa para o delirante uma significação especial.
Palavras-chave: Efeito neológico; Neologismo; Construção delirante; Psicanálise; Psiquiatria clássica.


