Fidelino de Figueiredo
1889-1967


TÁBUA BIOGRÁFICA

1889 - Nasce em Lisboa, a 20 de julho.
1910 - Forma-se em Geografia e História no Curso Superior de Letras de Lisboa e ingressa no magistério secundário, ao mesmo tempo que se dedica à atividade literária. Organiza e dirige a Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos e dirige a Biblioteca Nacional de Lisboa.
1912 - Organiza e dirige a Revista de História, editada pela Sociedade, até 1927.
1913 - História da Literatura Romântica.
1914 - História da Literatura Realista.
1917 - História da Literatura Clássica.
1927 - Exila-se, por motivos políticos, na Espanha, de onde se transfere para a Tchecoslováquia, Estados Unidos e Brasil, já na qualidade de professor universitário.
1931 - A Épica Portuguesa no Século XVI.
1938 - Fixa-se em São Paulo, integrando o grupo de professores europeus convidados para organizar as cátedras e os departamentos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Dirige a revista Letras e forma vários discípulos.
1952 - Regressa a Portugal, entregue à elaboração de ensaios filosóficos e literários.
1967 - Falece a 20 de março, em Lisboa.



   [...]
   [Os] professores são inevitavelmente homens e cidadãos de uma época, vibram com os anelos e problemas de seu tempo. E quando esse tempo é tão carregado de angústia sobre os destinos da cultura e sobre as seguranças mínims da mesma vida humana, então a ciência pura da Universidade espontaneamente se rodeia de um halo de preocupações e de extensão de pensamento pragmático [...]

"Mensagem à Universidade de São Paulo", in Diálogo ao Espelho, 1957.


   [...]
   Os ares de família traem-se dos dois retratos, ainda nas diferenças que mais deviam apartá-los. Fradique foi 'um homem que passa, infinitamente curioso e atento'; Luís Cotter foi um homem que passou infinitamente concentrado a erguer ora de si, acima de si, esquecido de si, uma obra de pensamento, impregnada de ansiedades executivas. O tio sofreu da neurose da forma literária perfeita; o sobrinho morreu desse esquecimento de si, da neurose da perfeita acção realizadora, da impotência do seu pensamento, um pensamento incontível e erosivo como a água da fonte.
   [...]

"Retratos de Família", prólogo à 4ª ed. de Sob a Cinza do Tédio, 1940.



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